Capela de Nossa Senhora de Milides
As origens desta propriedade, particularmente da ermida, estão imersas na lenda.
Conta esta que quando D. Afonso Henriques cercou Lisboa, após a conquista de Santarém, enviou a Sintra um grupo de vinte cavaleiros templários para espiar os movimentos dos mouros que se haviam retirado do castelo da serra. Quando os cavaleiros, deslocando-se pela costa, alcançaram Colares, terão avistado a Virgem, que ordenou ao pequeno grupo "Ide, que mil ides".
A Capela de Nossa Senhora de Milides (corruptela de "mil ides") teria sido erguida em memória da vitória militar cristã que se seguiu, e da aparição propiciatória de Nossa Senhora.
A ermida ergue-se nas imediações da Vila de Colares, junto de uma casa senhorial, a habitação principal da antiga Quinta de Milides. A capela e a casa da quinta são edifícios integralmente reconstruídos no século XVIII, que conservam parcos vestígios quinhentistas. Mas alguns factos vêem corroborar a história da antiquíssima fundação do templo.
Em 1152 D. Afonso Henriques entregou à Ordem do Templo vastas propriedades em Sintra e no seu termo, incluindo a Quinta de Milides. Para além disso, escavações recentes efectuadas no perímetro da ermida conduziram à descoberta de um possível cemitério moçárabe da 1ª Dinastia, talvez dos séculos XI ou XII. Trata-se certamente da primeira necrópole cristã de Colares, povoação de origem muçulmana integrada em 1147 no então emergente reino de Portugal.
A Capela e a Quinta encontram-se em domínio privado e particular.