Projecto Boswellia
O Projeto Boswellia é a única iniciativa no mundo que combina o respeito pela nossa ecologia e produtos de qualidade para a liturgia. Nenhuma outra empresa existente ou mosteiro em Portugal propõe incensos naturais produzidos a partir de fontes sustentáveis.
O Projeto Boswellia nasceu em 2012 da importância econômica e ecológica da árvore Boswellia para as comunidades cristãs rurais na região do Tigre no norte da Etiópia.
Confirmado por pesquisas recentes na região (Groenendijk et al, « Limitations to sustainable frankincense production (...) », Journal of Applied Ecology, 2011), a manutenção a longo prazo deste recurso florestal está seriamente ameaçada por um modelo de extração destrutível e comércio intenso de resina por empresas privadas estrangeiras, assim como por fatores climáticos....
ssim como houve a era da Rota das Especiarias, houve também a Rota do Incenso, objeto de um comércio florescente da Arábia do Sul do Mediterrâneo, entre aproximadamente o século VII a.C. para século II d.C. Desde então, o incenso, a resina natural do Boswellia, tem sido utilizado nas catedrais, nas igrejas e nos mosteiros em todo o mundo.
É importante agora trabalhar de modo contrário ao atual, onde existe um oligopólio de fornecedores de materiais para as igrejas. Por meio de um modelo único de produção e de comércio sustentáveis de incenso natural para as igrejas, o Projeto Boswellia garante:
- maiores retornos econômicos para as famílias cristãs de produtores rurais,
- conservação sustentável dos recursos florestais,
- uma ótima relação custo/benefício para as igrejas.
A arquitetura econômica global do Projeto Boswellia foi desenvolvida de forma inclusiva na região do Tigre na Etiópia - além da estrutura de distribuição na Europa, com sede na França, legalmente dedicada ao Projeto Boswellia. O componente Preservação da floresta do Projeto Boswellia é fornecido pela colaboração de pesquisadores em Etnobotânica e Farmacologia das Universidades na França e Etiópia.
As informações compartilhadas neste site conceituam plenamente os princípios estabelecidos pelo Projeto Boswellia, como iniciativa inédita de cooperação econômica e ambiental com as famílias cristãs no Tigre.
1. FONTE ORIGINAL
2. MODO DE PRODUÇÃO TRADICIONAL
3. PRODUTOS Hipoalergénicos
4. SEM CORANTE OU AROMA ARTIFICIAL
O Incenso usado nas cerimónias da Paróquia de Colares pertence a este projecto.
O CRISTIANISMO NA ETIÓPIA
A Etiópia é o único estado soberano cristão na África, que já dura desde os primeiros séculos do cristianismo até hoje.
A tradição estabelece a evangelização da Etiópia pelos santos apóstolos, Mateus e Bartolomeu. O nascimento oficial do cristianismo é devido à consagração por Santo Atanásio de Alexandria do Bispo Frumentius para a Etiópia. A 330, o Império Axum era convertido ao cristianismo.
Uma das mais famosas tradições da Igreja etíope é a visita da Rainha de Sabá ao rei Salomão. A Rainha de Sabá, que tinha conhecimento da fama que Salomão havia adquirido, queria experimentá-lo. Ela foi para Jerusalém, para Salomão (I Reis, X, 13). Segundo a tradição etíope, a Rainha de Sabá estava grávida de volta ao seu reino e seu filho, Menelik I, o primeiro imperador lendário da Etiópia, foi o filho de Salomão. Relata-se ainda que o muito jovem Menelik foi a Jerusalém para absorver a sabedoria de Salomão, antes de regressar ao seu país.
Segundo a tradição, Menelik tinha trazido com ele a Arca da Aliança, que hoje ainda estaria escondida na Etiópia, em Axum.
A islamização da grande parte do Próximo e Médio Oriente separou a Etiópia do resto da cristandade. O Reino de Aksum experimentou um declínio gradual. Mas isso não impediu a Igreja etíope de crescer. Os centros de poder da Etiópia cristã moveram gradualmente para o sul.
Entre os séculos XII e XIII, a Igreja etíope viu um dos seus melhores trabalhos tomar forma, quando o Rei Lalibela (1190-1225 aproximadamente) fundou uma cidade em homenagem a ele, um segundo Jerusalém.
Ainda hoje, podemos ver estes monólitos monumentais de igrejas escavadas na rocha. Para substituir a peregrinação a Jerusalém, a visita de Lalibela ofereceu ao peregrino a oportunidade de admirar uma representação da topografia da Cidade Santa.
Durante séculos, com o líder copta que foi enviado do Egito, o Imperador era responsável pela Igreja Ortodoxa da Etiópia. A igreja teve quase um terço da terra e muitos edifícios.
A Revolução de 1974 varreu tudo irremediavelmente, causando saques, pilhagens e destruição. Tudo foi nacionalizado pelo comitê revolucionário liderado por Mengistu após 1977. Terras, propriedades, escolas - inclusive escolas católicas - foram transformados em propriedade do Estado.
Apesar de muitas das suas propriedades e escolas terem voltado para a Igreja, tudo é diferente agora. A Igreja, pobre, com edifícios abandonados e em ruínas, apresenta dificuldade depois que os seminários foram fechados durante 17 anos (até 1991).